A filosofia estoica é a primeira da história a considerar-se
“sistemática”. A palavra sistema designava em grego a constituição de um
organismo ou de uma cidade e foram os estoicos que a aplicaram pela
primeira vez à filosofia, querendo significar que a sabedoria é um todo.
Sua divisão em partes somente era possível fazer didaticamente, segundo
as necessidades do ensino, mas com a condição de compreender que cada
parte é solidária às outras e que o abandono de uma só delas provoca a
ruína do conjunto.
Para o estoico, é preciso estar em consonância
com a natureza para atingir a sabedoria. Assim, faz-se necessário
entender que o único bem que existe é a retidão da vontade e o único
mal, o vício. O que não é nem virtude nem vício é indiferente. Assim, a
doença, a morte, a pobreza, a escravidão, por exemplo, não são males,
são indiferentes porque o sábio é, por definição, feliz, mesmo no
sofrimento. O mau é sempre infeliz, uma vez que aflige a si próprio,
pelo seu vício. A experiência estoica consiste na tomada de consciência
da situação trágica do homem condicionado pelo destino. Assim, não
estamos absolutamente entregues e sem defesa aos acidentes da vida, aos
revezes da fortuna, nem à doença e à morte, mas temos, e nada nos pode
tirar isso, a vontade de fazer o bem, a vontade de agir de acordo com a
razão.
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