04 fevereiro 2017

A Vida Estoica

A filosofia estoica é a primeira da história a considerar-se “sistemática”. A palavra sistema designava em grego a constituição de um organismo ou de uma cidade e foram os estoicos que a aplicaram pela primeira vez à filosofia, querendo significar que a sabedoria é um todo. Sua divisão em partes somente era possível fazer didaticamente, segundo as necessidades do ensino, mas com a condição de compreender que cada parte é solidária às outras e que o abandono de uma só delas provoca a ruína do conjunto.







Para o estoico, é preciso estar em consonância com a natureza para atingir a sabedoria. Assim, faz-se necessário entender que o único bem que existe é a retidão da vontade e o único mal, o vício. O que não é nem virtude nem vício é indiferente. Assim, a doença, a morte, a pobreza, a escravidão, por exemplo, não são males, são indiferentes porque o sábio é, por definição, feliz, mesmo no sofrimento. O mau é sempre infeliz, uma vez que aflige a si próprio, pelo seu vício. A experiência estoica consiste na tomada de consciência da situação trágica do homem condicionado pelo destino. Assim, não estamos absolutamente entregues e sem defesa aos acidentes da vida, aos revezes da fortuna, nem à doença e à morte, mas temos, e nada nos pode tirar isso, a vontade de fazer o bem, a vontade de agir de acordo com a razão.


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